segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Um conto de carnaval

Um conto de Carnaval: Eu escrevi este conto há muito tempo... Muita coisa mudou no meu trabalho desde então. É um lugar adorável, com gente adorável e maluca. Mas eu não pensava assim no começo. Talvez eu não compreendesse meus coordenadores e meus colegas tão bem quanto hoje. Talvez eu levasse as coisas à sério demais.


Eu estava danada da vida. Trabalhar na sexta-feira à noite, antes do carnaval sempre foi uma chateação para mim. Meus coordenadores nunca gostaram da idéia de me liberar. Entendam que esta era a única chateação do ano, mas mexia muito comigo. Um certo dia, quando estava me preparando para me aborrecer de novo, os dois já adiantaram que não tinha problema nenhum. Eu estava liberada para ir para Araruama mais cedo.


Eu fiquei muito feliz, mas não entendi o que os fez mudar de atitude.

Então, imaginei a única explicação plausível para isso:


Um Conto de Carnaval

Era uma vez um casal que cuidava de um curso de desenho e coordenava seus professores. Um lugar muito colorido e divertido onde os pequenos artistas iam sujar a cara de tinta sem que a barra sujasse para o lado deles – já que era tudo em nome da arte. Nada muito diferente de um barracão de Escola de Samba, pois na hora da saída os moleques iam desfilando pelo caminho de casa mostrando seus apetrechos coloridos para quem quisesse ver.

Claro que isso tudo dava trabalho para os professores. Mas a verdade é uma só: Quem quer ralar vai ser professor. Quem quer ganhar vai ser doutor! Mesmo sem o doutorado a professora Patrícia sabia que, feriado, mesmo não sendo santo, era sagrado. Então ela pediu para falar com o diretor Marcelo e a diretora Sheila.

- Chefia, me libera de dar aula na sexta-feira de noite. É quase carnaval e é muito difícil que essa galera venha à aula.

O diretor e a diretora pularam nas cadeiras:

- De jeito nenhum. Ninguém aqui é macaco gordo pra ficar quebrando o teu galho. O feriado é só na terça. Tira o cavalinho da chuva. Pra seu governo, vais trabalhar no sábado também.

A professora ficou muito triste. O engarrafamento que ela iria pegar seria indigesto além de perder dois dias de feriado. Ela ainda chorou mais um pouquinho. Prometeu que compensaria as aulas depois.

O diretor Marcelo estava impassível.

- Tá ruim pra todo mundo mas pra nós tá pior, dona Patrícia! Não toque mais nesse assunto ou o bicho pega para o seu lado!

Vencida, a professora entendeu que “tá ruim, mas tá bom”. Pelo menos lhe restavam os dias de Carnaval mesmo. De domingo até a quarta.

Ao chegarem a seu modesto apartamento, conseguido a duras penas e muitos feriados não enforcados, os dois diretores começaram a confabular.

- Vem cá, Marcelo. A terça-feira é gorda, a quarta-feira é de cinzas... A segunda é o quê?

- Sei lá, mulher... Segunda de Carnaval?

- Eu tô achando que a segunda não é Carnaval...

- Então não tem nem conversa! Ninguém vai viajar coisa nenhuma. Vão ralar na segunda e vamos botar os pivetes pra desenhar. Meu nome é Trabalho!

- O meu também! E como estou ralando feito louca, todo mundo tem que ralar também. Mandei a empregada fazer Feijoada.

E, sem pensar no amanhã, os diretores e seu rebento, Vitinho, mergulharam na Feijoada. Ficaram conversando até tarde enquanto o garoto quase encostava seu joguinho no nariz. Como nem a pilha do moleque, nem a do joguinho acabavam, o garoto foi pra cama agarrado com o estrupício barulhento.

Ainda ouvindo a barulheira do brinquedo do moleque, os diretores foram dormir. Mal começaram a roncar e a cacofonia piorou. O quarto foi ficando um palco iluminado e uma inexplicável chuva de confete caiu sobre os dois. Um tamborim e uma cuíca pareciam estar chorando nos seus ouvidos. O casal de diretores sentou na cama e olharam pasmados para um vulto indistinto em pé, em frente à cama.

- Quem é você? – berrou a diretora Sheila, a primeira dos dois a sair da pasmaceira.

- Coloquem os óculos que vocês vão ver. – respondeu o vulto.

Os dois eram míopes. Colocados os binóculos, eles reconheceram um vulto que lembrava Martinho da Vila com uma corda no pescoço.

- Sheila? Tu tá sonhando ou sou eu?

A figura sorria e sambava no quarto dos dois.

- Tá sonhando um sonho de um sonho magnetizado. Mantenham as mentes abertas e os bicos calados. Eu sou o Fantasma de seus Carnavais Passados, a Segunda Feira Enforcada. E se vocês acham que sou eu que estou com a corda no pescoço, dêem uma olhada no passado de vocês...

Uma forma que lembrava o símbolo do MacDonald’s estava dentro do quarto deles e começou a brilhar. Os dois foram transportados para a oficina onde haviam começado a trabalhar. As crianças berravam na sala penduradas nos cachinhos da diretora Sheila, que tinha tinta até na consciência.

- Mas não vai ter aula por quê? – Um pai cheirando a uísque importado estava de mãos na cintura, botando banca em frente da mesa de Marcelo, que explicava pacientemente.

- Senhor Scrooge, dia 24 é a véspera de Natal. As famílias vão querer passar o dia unidas.

O tal pai de aluno já estava meio gagá. Deixou pra ter filhos bem tarde e teve um menino que também não era muito certo das idéias.

- A gente não faz nada no dia 24! – berrou o pequeno Scrooge. Quando o moleque chorava, coisa que acontecia o tempo todo, parecia um gato com o rabo preso num moedor de carne. – Por que não vai ter aaaaaaaaaaaaaaulaaaaaaaaaa?

O velho Scrooge meteu a mão nos bolsos fazendo carinho na grana que lá mantinha.

- Eu estou pagando. Se ele quer aula, vai ter aula.

Sheila se descabelou de lá de dentro pra ver o que era aquela gritaria. Foram muitos panos quentes e muito bafafá até o velho calar a boca.

O Fantasma da Segunda Enforcada cheirava a cerveja e parecia rir da história toda.

- Vocês não botaram o galho dentro dessa vez, mas ficaram meio escaldados. Cada vez que o feriado caía na quinta-feira, vocês se esmeravam para os alunos aparecerem na sexta-feira.

Sheila se queimou.

- A gente vive do dinheiro deles! E as contas, como é que ficam? Tem que tratar o aluno à pão-de-ló mesmo!

O diretor Marcelo assinava embaixo.

- Se a gente não trabalhar o dinheiro não entra! Dinheiro evapora, dívida não.

O Fantasma Segunda-feira continuava de bom humor.

- Calma, galera. Não tô criticando vocês, não. Pensa que eu não sei das despesas? Vocês são bons no que fazem. É por isso que vocês têm alunos. Não é pelo que os clientes malucos têm de ruim – e vocês aceitam. Mas é pelo que vocês têm de bom – e os alunos aproveitam. Eu sei como é que é: manda quem pode, obedece quem tem juízo. O negócio é que vocês já podiam estar mandando.

Mais uma vez, a diretora interrompeu.

- Mas a gente manda. Temos autoridade sobre nossos funcionários e somos muito responsáveis.

- É, na tua casa todo mundo é bamba. Só que vocês só podem contratar gente sem vida social. Eu só tô batendo essa idéia pra vocês pra vocês sacarem como é que a coisa tá andando. Eu sou um enforcado feliz, mas vocês se amarraram tanto em trabalho que não querem saber de outra história. Esse enredo começou aí!

O portal, que agora já estava reconhecido como a Apoteose, mostrava Marcelo e Sheila trabalhando feito doidos. A cena foi se desmanchando até os dois se verem na cama de novo. A batucada parou e o jogo do Vitinho já estava devidamente encostado. Os dois olharam um para o outro. Antes que o diretor falasse qualquer coisa, Sheila botou as mãos nas cadeiras.

- Mas quem é aquele enforcado pra ficar dando lição de moral na gente!? Tu viu como aquele homem cheirava à manguaça, Marcelo?

O diretor ainda estava meio tonto.

- Mesmo que eu acreditasse que isso tudo não passa de uma indigestão... O que aquele maluco achou que a gente podia fazer? Não vamos dar bola para aquele cachaceiro, não! Certos, estamos nós!

E com essa decisão, foram dormir. Mal pregaram o olho e a batucada voltou com bumbo de marcação e apito.

- Foram me chamar... Eu estou aqui, o que é que há?

Os dois sentaram na cama outra vez, e desta vez lembraram de colocar os óculos. Uma dona Marrom, gorda como ela só, estava sentada em CINCO cadeiras. Cada uma das cadeiras tinha um dia da semana gravado. Sábado, domingo, segunda-feira, terça-feira e quarta-feira. As cadeiras flutuavam logo acima do pé da cama dos dois, o que representava um perigo. Se a gravidade se lembrasse daquela dona, era capaz da mulher perfurar o chão.

- Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho. – Disse ela com um sorriso. O cabelo era comprido, cheio de trancinhas fininhas presas nas pontas com continhas coloridas.

Desta vez foi Marcelo quem teve a coragem.

- Esse quarto virou a casa da sogra?! A senhora é quem?

Com aquela voz grossa que senhoras corpulentas costumam ter, ela soltou uma gargalhada rouca e abriu os braços ameaçando se jogar no coitado do Marcelo.

- Ô, meu querido, tá me estranhado? A mim, tu reconhece! Até tu me respeita, meu guri. Eu sou a Terça- feira Gorda. Eu sou o Carnaval! O Fantasma dos Carnavais de Hoje.

Sheila deixou o queixo cair.

- Ô, Marcelo – cochichou ela – Com essa eu não tenho coragem de discutir, não.

A dona ouviu e fechou a cara.

- E faz muito bem, viu? Tem gente que diz que sou eu que mando nesse povo e que faço ele ficar cego para as falcatruas do governo. Tem gente que me culpa por eu ocupar mais de um dia por causa da minha saúde. Eu estou cansada de ouvir desrespeitos por causa do vacilo dos outros! Eu sou a dona de Fevereiro, mas eu não mando no resto do ano, não.

A dona suspirou e tomou fôlego pra continuar vociferando.

- O samba é coisa séria. Eu existo pro brasileiro se ligar que ele tem couro duro mas carne a é fraca. Vamos dar uma olhada no que acontece longe do umbigo de vocês, seus coisa-ruim!

A apoteose brilhou de novo e um grupo de amigos aparece em uma piscina. Como todo grupo de amigos fiéis, estão tirando sarro de quem não está presente.

- É por isso que eu não tenho patrão... Vou empurrando com a barriga, mas não aturo cara dura de ninguém.

- Pois a minha chefe até fez cara feia quando eu disse que não ia. É tudo uma questão de se impor, entende? Ou me libera, ou eu pulo fora. Isso é meio de vida, não é meio de morte, não.

O telefone toca. Alguém vai atender e fala rapidinho no telefone. O sujeito volta com um sorriso gaiato e uma gargalhada.

- É a Patrícia. Só vem no domingo! Ela vai trabalhar até no sábado, galera!

Gargalhadas e um corinho de “muito otária” ecoou pela piscina. A imagem se misturou com outra. Desta vez uma sala com uns três alunos rabiscando nos papéis. A professora, muito contrariada, sentava num canto escutando o papo dos alunos.

- Viajar no Carnaval é loucura. Eu vou pra Bariloche só no mês que vem.

- As férias do meu pai foram em dezembro. O meu irmãozinho não conhecia a Disney.

- Eu vou estar ocupado demais nesse Carnaval. A empregada foi demitida e eu e meus irmãos vamos ter que aprender a mexer no microondas. Ô, professora! Não tô conseguindo fazer um círculo!

Patrícia suspira e coloca um copo em cima do papel.

- Tenta agora...

Sheila e Marcelo estão até sensibilizados, mas olham pra dona Gorda com honestidade.

- A gente entende o que a senhora tá falando. – disse o diretor Marcelo com toda diplomacia do mundo – Um dia ela vai poder ir pra Bariloche. Hoje, ela trabalha com a gente.

Sheila já está mais à vontade.

- A gente também nunca foi pra Disney!

A dona puxa o ar pra dentro e o confete que já tinha assentado levanta todo de novo.

- A guria não quer ir pra Disney, seus cabeções! Ela quer ir pra Araruama com essa raça ruim que ela arrumou!

Sheila estava valente.

- Mas não dá! Tem trabalho!

A dona bufou e as serpentinas voaram também.

- Dar aula pra esses almofadinhas?! Se ela fosse médica, policial ou bombeira eu nem ligava de ela trabalhar no meu feriado, mas a garota tem pouco dinheiro justamente porque não trabalha em coisa de necessidade. Aí, na hora da folga, vira questão de vida ou morte?!

- A gente não liberou pro outro professor. Se liberar pra ela, vai parecer injustiça. – Ponderou Marcelo.

- Eu tô falando justamente disso, suas bestas! Se o outro gosta de trabalhar até no domingo, dá a chave do curso pra ele! A satisfação dele é essa. Eu só fiquei gorda assim por que meu povo não aceitou a chibata do patrão. Eu ainda estou engordando e ficando cheia de saúde. Meu povo pede esses dias pra ficar satisfeito – A Gorda falava e levantava a poeira – mas se tiver que trabalhar insatisfeito... A COISA VAI FEDER!!! VOCÊS NÃO VÃO QUERER ME VER RODAR A BAIANA!!!

Um chapéu cheio de bananas apareceu na cabeça dela e as cadeiras foram girando. O quarto foi engolido por um tornado. Marcelo e Sheila ficaram com medo de parar em Oz! Só que acordaram na cama onde estavam antes e o quarto estava no mesmo lugar.

Os dois estavam sentados, com cara de susto e os óculos tortos no nariz.

- Sheila, que dona brava!

Sheila estava parecendo um papel de tão branca.

- Eu não sabia que o Carnaval tinha um temperamento desses...

Então eles perceberam uma névoa se formando no quarto. Marcelo pulou.

- Ô Sheila! Essa empregada tá dormindo no serviço. Olha quanta poeira!

- Ué! Mas pra tirar poeira ela sempre foi dez...

Uma voz sinistra brotou do pé da cama.

- ZERO!! NOTA ZERO!!!

O sujeito, se não era um defunto, devia estar se sentindo muito mal. Os cabelos grisalhos foram despontando e os olhos cinzentos foram subindo num rosto alucinado. Reconhecia-se bem de longe a figura de Carlos Imperial. Ele enunciava cada palavra cuidadosamente com sua voz rouca. Parecia estar fulo da vida, mas sustentava um sorriso rasgado.

- Eu sou a Quarta-feira de Cinzas, o Fantasma dos Carnavais Futuros. Estou aqui para dizer que vocês vão passar pro segundo grupo.

- Mas...

- CALEM a boca porque eu estou com uma ressaca desgraçada...! Por que vocês se sujeitam aos clientes malucos? Porque valorizam demais o dinheiro! O verdadeiro valor está no indivíduo!!! Vocês não são os únicos! A carga tributária e a jornada de trabalho do brasileiro são DESUMANAS! Isso atravessa qualquer samba! Vocês tentam e tentam melhorar as engrenagens esquecendo-se que os que as operam são muito mais do que máquinas! São seres humanos! O que impede esse povo de fazer uma revolução desastrosa é o jogo de cintura dos passistas. Se esse povo não tiver entusiasmo, esse país não anda – porque a passarela desse povo sempre correu contra a maré.

Marcelo e Sheila estavam apavorados demais para confessar que não entenderam nada.

O Fantasma Cinzento continuou:

- Eu vou mostrar onde essa Harmonia entre vocês, os funcionários e os clientes vai acabar.

A Apoteose brilhou de novo e lá estava Vitinho, com barba na cara, falando com um professor sem nem olhar para a cara dele.

- Meu amigo, não quero saber de problema – eu quero é solução.

O telefone toca e Vitinho atende animado.

- Sim! Ah, é você, mãe? Eu achei que era algum novo aluno. Eu sei que é seu aniversário, mas você faz aniversário todo ano! Eu não posso parar a minha vida pra ficar farreando com a família!

De lá de dentro sai Ricardo, o professor certinho, de barba e cabelos grisalhos. Ricardo tinha o posto de Reitor da UFRJ. Desta forma ele havia conseguido uma sociedade com a Escola de Belas Artes e o curso de desenho de Vitinho. Os dois estavam ganhando uma grana preta..

- Ô, Vítor, manda mais seguranças do curso lá pra UFRJ porque dois alunos tentaram fugir pra passar o Ano Novo com a família. Já falei que a casa deles agora é o alojamento.

- Sim, senhor! – respondia Vitinho todo empolgado. Depois virava para o professor à sua frente e, com dedo em riste, ameaçava. – Nada de contar para os alunos de Habilidade Específica que a Escola de Belas Artes virou presídio, hein?

Ricardo volta lá de dentro meio contrariado.

- E, Vítor! Manda mais escultores Neoclassicistas para os barracões da Unidos do Largo do Machado e Caprichosos de Botafogo! As esculturas têm que estar impecáveis. Já nos garantiram que ninguém vai ficar sambando perto delas – os passistas vão valsar delicadamente ao som de Tchaikovsky.

A Apoteose começou a desmanchar. Até Sheila e Marcelo estavam apavorados.

- O nosso Vitinho! Nem ao seu aniversário ele quis vir.

- Justo ele que gosta tanto de bolo...

O Fantasma sacudia a poeira com os braços.

- Vocês me dão nojo. A minha voz já está sumindo, mas deixo com vocês o meu aviso. Como dizia o Lalau das Certinhas: “Feijoada completa vem com ambulância!”

Tudo ficou nublado. A Apoteose foi sumindo e mais uma vez os dois estavam a sós no quarto. Os dois suavam frio. Deram uma breve olhada um para o outro e correram para o banheiro. A natureza já seguia seu caminho. Era cada um por si!

No dia seguinte a professora estava menos contrariada, mas pediu para falar com os chefes.

- Olha, gente... Eu andei pensando sobre a sexta-feira de noite. Eu entendo o ponto de vista de vocês, mas...

Sheila, um pouquinho abatida, interrompeu.

- Você vai compensar essa aula?

A professora não entendeu nada.

- Vou... Claro que vou.

Marcelo fez cara de pai de todos.

- Então está tudo bem. Você avisou antes, dá tempo de avisar os alunos... Um dia sem aulas não mata, não.

A cara da professora se iluminou.

- Jura? Que legal! Gente, esse é o melhor lugar do mundo pra se trabalhar!

Ricardo apareceu no corredor com cara de preocupado.

- Mas sábado vai ter aula, né?

Sheila ajeitou os cachinhos e olhou para o filho que continuava grudado no computador.

- Vai, mas você usa sua chave tá, Ricardo? Nós vamos para Saquarema.

Ricardo suspirou sossegado.

Vitinho olhou a mãe e o pai intrigado.

- Ué! A gente vai perder a apuração das Escolas de Samba pela televisão? E o desfile?

Marcelo puxou o mouse do garoto.

- A gente vê o compacto. Se a gente trancar a vida de casa pro trabalho e do trabalho pra casa, vamos virar um samba de uma nota só!

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